Coluna Histórias & Estórias – Por Chico Lelis:

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Postado 11 de abril de 2025 por Alexandrino Cipriano em

Cabides? A GM também fabricava

Certo dia, lá pelos anos 90, o proprietário das Casas Bahia, Samuel Klein, recebeu em sua sala um jovem empreendedor, diretor de Marketing da Fábrica de Cabides da General Motors. Intrigado, o empresário, que era um homem de visão, recebeu o rapaz.   Ele levava consigo uma amostra do produto que encantou o empresário, tal a sua qualidade.

Acertadas condições de compra, o negócio só “gorou” quando Samuel Klein disse ao garoto: quero 2 mil peças por mês e depois poderia dobrar esse pedido.

O jovem, cujo nome ninguém consegue se lembrar, assustou-se porque aquele volume não era atingido nem mesmo ao final da etapa de quatro meses de existência da fábrica.

O que resultou desse encontro é que, segundo a lenda urbana, quando o jovem completou 18 anos, Samuel Klein o contratou para trabalhar na equipe de Marketing das Casas Bahia.

Ótima qualidade

Eu tenho muitos deles, que não sofreram o mínimo desgaste com os mais de 20 anos que uso. Nem mesmo um risco na sua pintura ou entortada por ter sido usado para pendurar uma peça, ou mais que uma pesada demais, como casacos de inverno, por exemplo.

Estou falando, ou melhor, escrevendo sobre os cabides que foram fabricados em São Caetano do Sul, na Avenida Goiás, 1805. Isso mesmo, na fábrica da GM, de onde saiam e ainda saem modelos Chevrolet ou seja, veículos. E não era só no ABC, mas também em todas as unidades da GM no Brasil, além de veículos e componentes, também saiam cabides da melhor qualidade.

Pois é, eram fábricas de cabides administradas e com mão de obra composta por jovens empreendedores. A empresa deles tinha presidente, diretor de marketing, diretor de produção, mais três diretores e 24 que trabalhavam na produção dos cabides. Todos eles eram eleitos pelos 30 integrantes do “time”.

Foram Muitas as “empresas” que a garotada montou dentro da GM. Os nomes, na maioria delas varia do produto, como Cabidão, Cabitudo, Cabimais e assim por diante.

A fábrica funcionava por quatro meses, com início em agosto. Os integrantes iniciavam o trabalho, vendendo mini ações e assim ter fundos suficientes para comprar o material destinado à produção dos cabides, que eram fabricados em alumínio e depois pintados de preto na sessão de pintura da GM.

Foram várias as ​ “empresas​” e segundo Graça Martins, que coordenou as turmas, todas elas deram lucro, que era dividido entre os que compraram a​s ações​ (em geral parentes dos jovens) e doação a uma entidade escolhida pelos integrantes. Uma verba era separada para uma noite de pizza para ​d​o grupo.

​B​ob Stone implantou

O então presidente da GM no Brasil, Robert (Bob,​ como  o chamávamos) Stone participou desse programa, nos Estados Unidos quando jovem. Aqui no Brasil, conforme contou Pedro Louis Dias, ex-diretor de Relações Públicas da GM, ele soube da existência, aqui no programa da Junior Achievemente Brasil – JA Brasil (https://jabrasil.org.br/), por  intermédio da American Chamber. Em parceria com o IGM (Instituto General Motors), a opção foi estruturar uma fábrica de cabides, que com apoio da Manufatura, virou referência. (Chico Lelis – chicolelis@gmail.com).

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