Entra em teste o pórtico de passagem Free Flow no Paraná
A empresa de tecnologia em mobilidade Velsis, pela primeira vez, está colocando em teste um sistema de passagem livre do tipo free flow – no quilômetro 138 da BR-277, localizado na cidade de São Luiz do Purunã, no Paraná. A implementação acontece em parceria com a Via Araucária.
Pelo fato de pórtico de passagem do sistema free flow ainda estar em fase de testes, os usuários continuam pagando a tarifa normalmente na praça de pedágio com cancela. O anúncio da parceria foi apresentado no último dia 26 de novembro, em Brasília, durante o 3º Workshop Free Flow, realizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
“Temos atuado com novas tecnologias brasileiras em nossas concessões e, seguindo esta linha, estamos apoiando o desenvolvimento de um modelo de free flow com a Velsis e Q-Free, com um avanço significativo. E, embora não faça parte da nossa obrigação contratual, entendemos que esse tipo de parceria fomenta o desenvolvimento da indústria local para inovações”, afirmou Sergio Santillán, diretor-presidente da Via Araucária.
Ainda segundo ele, o pórtico localizado na BR-277 deverá ter um fluxo de aproximadamente 16 mil veículos, sendo entre 38% a 40% de veículos comerciais, tendo como um grande desafio de classificação para uma região de neblina.
Como funciona o Free Flow
Com a alteração do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a Lei 14.157/21 regulamentou a possibilidade de se criar a alternativa de passagem, sem praças de cobrança. O sistema também surge para facilitar a vida dos motoristas com o pagamento podendo ser feito via tag, dispositivo instalado no para-brisa do veículo, ou via leitura da placa, por pix, cartões de crédito e débito, entre outras opções previstas na legislação.
O free flow funciona por meio da implementação de equipamentos de scanners 3D instalados sobre ou ao lado da rodovia – capazes de identificar o veículo. A detecção de cada veículo é feita por meio de uma identificação por radiofrequência (RFID) que identificam as TAGs dos veículos e câmeras com reconhecimento óptico de caracteres (OCR) lêem as placas.
“A ideia do sistema Free Flow é maior conveniência para os motoristas, melhoria na fluidez do trânsito e eficiência na coleta de tarifas”, explica Guilherme Araújo, especialista em tecnologia e soluções em mobilidade e presidente da Velsis.
Vantagens
Entre as principais vantagens do Free Flow estão uma melhor fluidez do tráfego – tendo em vista que o veículo não tem que se deter como é o caso das atuais praças de pedágio e por consequência permite uma viagem mais rápida e segura -, menor impacto ambiental no que se refere ao desmatamento – menor emissão de gás carbono uma vez que não há desaceleração e aceleração -, menos gasto com energia elétrica, reduz riscos com transporte e manipulação de dinheiro, não tem necessidade de desapropriação de áreas, menor estímulo a rota de fuga, entre outras vantagens.
“O sistema de livre passagem representa uma quebra de paradigma, além de contribuir para solucionar gargalos logísticos no país e, ao mesmo tempo, reduz custos no transporte de cargas e contribuir com o meio ambiente. Isso porque a redução do tempo de deslocamento e de ações de frenagem e de aceleração reduz a emissão de gases poluentes”, reforça Guilherme Araújo, especialista em mobilidade e presidente da Velsis, empresa de tecnologia em mobilidade.
Os desafios tecnológicos do sistema, serão de garantir a correta classificação e identificação do veículo, que pode passar em qualquer parte da pista já que no caso do Free Flow não existe uma separação física entre as faixas como acontece em uma praça de pedágio.
Implantação no Brasil
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi responsável pela implementação do sandbox regulatório, ferramenta que possibilitou a adoção de tecnologias FreeFlow em caráter de teste com grande êxito, servindo de modelo para a implementação do sistema em outras rodovias, sejam elas federais, estaduais ou municipais. A adoção do sistema de livre passagem está alinhada com a política de concessões do Ministério dos Transportes, que visa à otimização dos contratos de concessão, redução dos riscos de investimento e ampliação do modelo de concessões para regiões usualmente não contempladas com o modelo tradicional. (Foto: Velsis/Divulgação).