Coluna Muito Além de Rodas e Motores:
Sucessão, o grande desafio dos líderes
A evolução e desenvolvimento de todas as áreas e setores, como a indústria automobilística, depende de um eficiente e contínuo processo de renovação e transmissão dos conhecimentos adquiridos.
O processo de sucessão sempre foi um desafio para os grandes líderes e desbravadores e existem vários exemplos, positivos e negativos de sucessões bem-sucedidas.
Lembro que, uma das primeiras vezes que me envolvi com o tema foi nos anos de 1980, quando estava na Ford e o então presidente, Luiz Carlos Mello, deu início a um importante programa de sucessão, quando pretendeu preparar os filhos de João Zarif, Francisco Caltabiano e Souza Ramos, tradicionais proprietários de concessionárias da rede de revendas Ford Santo Amaro, Caltabiano e Souza Ramos, na época as mais fortes do Brasil.
Nos anos de 1990 e início deste século, várias corporações, nacionais e internacionais, passaram por esse processo e o coaching transformou-se em ferramenta fundamental para o seu sucesso.
Transmitir os conhecimentos e experiências adquiridos para que as empresas possam evoluir consistentemente continua sendo essencial, ainda mais para se vencer as crises que permeiam o dia a dia da indústria.
Mas nem sempre é fácil transmitir e repassar todo esse conhecimento.
Com esse foco, alguns líderes profissionais, depois de uma trajetória bem-sucedida, passaram a disseminar toda essa bagagem adquirida.
Um exemplo é Flavio Padovan. Após colecionar experiências vividas e gravadas em mais de 30 anos de carreira, Padovan decidiu disseminar toda a sua experiência e idealizou um programa Mentoring para o aconselhamento e orientação principalmente de jovens profissionais de elevado potencial sobre como administrar as dificuldades naturais que qualquer executivo enfrenta no transcurso de sua carreira, especialmente em sua fase inicial.
Consciente de sua experiência e da oportunidade de transmitir conhecimentos a líderes de empresas em temas estratégicos, especialmente na tomada de decisões em assuntos complexos, como em crises, decidiu desenvolver um programa como mentor sênior para empresários e, principalmente, a jovens executivos com a fundação da Padovan Consulting.
O relacionamento interpessoal é o tema principal nas aulas que ministra para o desenvolvimento da carreira de qualquer profissional. Ele comenta que sempre valorizou o bom relacionamento em todos os níveis como um importante instrumento de gestão.
Para Flávio Padovan o relacionamento contribui para o sucesso profissional e assegura ser fundamental para os executivos mantê-los permanente vivos e ativos por garantir longevidade e uma relação de confiança com os interlocutores.
Flávio Padovan explica que seu programa é focado em resolução de problemas, melhoria de desempenho com aprendizado ministrado por ele, um profissional com grande experiência que acumulou conhecimento e experiência em como proceder em situações adversas que necessitem de ajuda para organizar pensamentos e orientar decisões.
Dois recentes problemas enfrentados pela indústria automobilística foram a pandemia da covid-19 e a escassez de microprocessadores eletrônicos que exigiram calma, ponderação e muita experiência em situações de pânico.
A mensagem símbolo de Flávio Padovan é o relacionamento pessoal que, na sua opinião, deve ser mantido na empresa e fora dela. E do sucesso pessoal e profissional.
Formado em Administração de Empresas pela PUC-São Paulo, com pós-graduação em gestão de negócios pela FGV, Flavio Padovan trabalhou na Ford, Volkswagen, Jaguar, Land Rover e Subaru e viveu por mais de 30 anos administrando um excitante trabalho marcado por greves, protestos, falta de componentes para a montagem de veículos e, recentemente, a preocupante escassez de microprocessadores eletrônicos e uma inédita pandemia.
No segmento automobilístico conheceu que a vida é difícil até mesmo em momentos em que o mercado está favorável porque as empresas de vez em quando enfrentam problemas com fabricantes de peças, fornecedores de chapas de aço, componentes de segurança e, nos últimos anos até a falta de avançados equipamentos eletrônicos, que administram praticamente todos os sistemas dos veículos.
Sua carreira teve início na Ford, empresa na qual trabalhou por 31 anos e, onde, sua competência o levou a assumir a diretoria de caminhões.
Os resultados alcançados na Ford motivaram a Volkswagen a convidá-lo para assumir a vice-presidência de vendas e marketing. Depois foi a vez da Jaguar/Land Rover a desejar sua forma de trabalhar, até que a japonesa Subaru o contratou, ampliando o seu relacionamento com executivos de vários idiomas.
Em todas as empresas comandou ações importantes. Na Ford foi responsável pelo segmento de caminhões do Brasil e de toda a América do Sul; na Volkswagen liderou a renovação e o lançamento da nova geração de veículos da marca, a modernização da rede de concessionárias e a criação do programa de capacitação e valorização dos revendedores e mecânicos da marca, com o programa ATC (Atenção Total ao Cliente).
Seu estilo de investir em relacionamento pessoal levou-o a assumir a posição de CEO da Jaguar/Land Rover.
Padovan também foi presidente da Abeifa (Associação Brasileira dos Importadores e Fabricantes de Veículos) de 2011 a 2014, que coincidiu com a implantação do programa governamental de regulamentação do setor, o Inovar-Auto.
O desempenho de Padovan teve reconhecimento de colegas de trabalho, das empresas em que trabalhou e foi reconhecido por importantes entidades, que lhe prestaram homenagens com os títulos de Personalidade do Ano, instituídos pela APP Brasil e AutoData Award, da editora AutoData, e Executivo do Ano, pela Top Car TV.
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Crédito das imagens: Arquivo pessoal Flavio Padovan/Divulgação Subaru/Divulgação ao Autor.
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