Sindirepa-PR pede para o Procon fiscalizar as oficinas irregulares
Com o recente fechamento de dois centros automotivos no Paraná, o Sindicato das Empresas de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa-PR) pede que a Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) intensifique as ações e campanhas de fiscalização junto às oficinas mecânicas e outros estabelecimentos do setor para evitar outras pessoas sejam vítimas de golpes de empresas que atuam de forma irregular.
No dia 14 de novembro, duas lojas da Impacto Prime, em Curitiba e em São José dos Pinhais, foram fechadas após denúncias de danificar, de forma proposital, os carros de clientes para induzir a realização de serviços de reparo.
O diretor do Sindirepa-PR, Evaldo Kosters, diz que há muito tempo o sindicato recebe denúncias da Impacto Prime e de mais algumas empresas que atuam no Paraná de forma totalmente desleal e antiética. Porém, só agora essas empresas estão sendo fiscalizadas. “Há bastante tempo o Sindirepa toma conhecimento desses casos. Porém, não tem poder para fiscalizar, autuar ou fechar esses estabelecimentos. Por isso, é fundamental essa parceria com os órgãos fiscalizadores”, enfatiza.
ISCAS
O diretor explica que as empresas que foram fechadas pelo Procon costumam lançar “iscas” para atrair os clientes. São produtos automotivos com preços muito abaixo dos praticados pelos concorrentes no mercado e aí, quando o cliente chega para executar o serviço, os consultores avaliam o veículo e apontam uma série de outros “problemas” que precisam de reparos. Muitos deles são forjados na própria oficina, alguns são superfaturados e há casos em que a peça sequer é substituída como foi combinado com o cliente.
Kosters salienta a necessidade de se estabelecer uma relação de confiança entre a oficina/autocentro e o proprietário do veículo, uma vez que se trata de um tipo de serviço que impacta diretamente na segurança do cliente e da sociedade. “A maioria das pessoas que vai a uma oficina mecânica/autocentro é leiga no assunto. São pessoas que precisam confiar no que a empresa está falando, até para poder investir com segurança”, comenta.
O problema, destaca o diretor, é que estabelecimentos como a Impacto Prime prejudicam a imagem de todo o segmento. “É necessário separar o joio do trigo. Existem muitas empresas sérias em atuação, mas que acabam saindo prejudicadas por causa de profissionais e empresários que agem motivados exclusivamente pela ganância e não se dão conta que estão contribuindo para agravar as estatísticas de acidentes de trânsito no Brasil, que já são assustadoras”, enfatiza.
O diretor destaca ainda que consumidores que também procuram apenas baixo custo, sem considerar a credibilidade e a reputação da oficina, são igualmente responsáveis por estas estatísticas. “Empresas que atuam de forma honesta são prejudicadas por essa concorrência desleal, pois não conseguem disputar com preços tão fora da realidade”.
Kosters ressalta a importância de o cliente também cumprir o seu dever como consumidor e exigir que a empresa – seja ela uma oficina, um centro automotivo, uma loja ou concessionária – emita a nota fiscal de todas as peças que foram substituídas, assim como da mão-de-obra do serviço realizado. É importante lembrar que, com a nota fiscal, é possível fazer o rastreamento das peças utilizadas e ainda solicitar a garantia do serviço executado, além de solicitar a devolução da peça usada.
“O papel do Procon é fundamental para investigar esses casos suspeitos e acabar com casos fraudulentos que fazem inúmeras vítimas aqui no Paraná e em diversos locais do Brasil. Com a chegada do fim do ano e das férias, é necessário intensificar ainda mais essas ações para garantir a segurança das pessoas nas estradas”, pontua Kosters.