Coluna Muito Além de Rodas e Motores:
Temporada 2023 premia a evolução
do automobilismo brasileiro
As mulheres continuam a transformar o cenário também no automobilismo esportivo. Na última sexta-feira, dia 3 de novembro, participei do jantar da CBA e FIA, evento que aconteceu junto com a realização do GP São de Fórmula 1 e que reuniu representantes dessas duas entidades, como Giovanni Guerra e Fabiana Ecclestone, presidente da CBA e vice-presidente de Esportes da FIA para a América do Sul, respectivamente.
O principal destaque foi a conquista recente do prêmio José Abed, o primeiro reconhecimento internacional obtido pela CBA em toda a sua história. De acordo com Giovanni Guerra e com Fabiana Ecclestone, a conquista é resultado do trabalho de ousadia e organização do automobilismo brasileiro, mas só foi possível pela participação feminina pioneira e inédita nas competições. E destacaram a criação da Comissão Feminina do Automobilismo, identificada pela sigla CFA e entregue à responsabilidade da piloto Bia Figueiredo.
Bia é a representante da América do Sul na Comissão de Mulheres da FIA, onde trabalha para a adesão feminina ao automobilismo, tanto nas pistas como nos cargos de direção. Com a participação da publicitária Bruna Frazão e da engenheira da Stock Car, Rachel Loh, Bia lançou o inédito programa FIA Girls on Track criado para atrair e despertar o interesse de mulheres para o automobilismo. Ela soube que muitas mulheres gostariam de trabalhar com as corridas, mas não conheciam o caminho.
Esse programa revelou de forma enfática como existem mulheres apaixonadas por automóveis, principalmente nas fábricas de veículos, concessionárias, autopeças e variados segmentos automotivos em diferentes cargos de direção ou simples trabalho e à procura de oportunidades para também prestar serviços nas pistas.
Entre os resultados positivos do programa Girls on Track, identificado pelas siglas (FIA GoT), a Comissão Feminina do Automobilismo levou 35 mulheres ao Autódromo de Interlagos em uma etapa da Fórmula 1 para conhecerem os bastidores da competição e, também, mais de 120 meninas entre 12 e 18 anos, para uma oportunidade inédita na etapa brasileira da Fórmula E. As meninas convidadas foram conduzidas por mulheres que atuam no automobilismo e na indústria automobilística, com a participação em workshops, conhecer o trabalho delas nas equipes e na categoria, além de poderem conversar com pilotos, mecânicos e dirigentes.
Mais emoções, a CFA promoveu uma seletiva exclusivamente feminina de kart, no Kartódromo Granja Viana, em Cotia, região da Grande São Paulo, dividida em três categorias. A Cadete, para meninas com idade entre 9 e 11 anos; a Júnior, para pilotas de 12 a 15 anos e a Graduadas, de 16 a 25 anos.
Bia Figueiredo é a piloto brasileira de melhor currículo esportivo. Foi a primeira do País a correr em uma das principais categorias mundiais, a Fórmula Indy, a vencer na Firestone Indy Lights e na Fórmula Renault e a conquistar a pole position em corrida da Fórmula 3 e disputar e vencer o Desafio das Estrelas, torneio anual de kart organizado por Felipe Massa.
Foi a primeira brasileira a se classificar no grid e a disputar a 500 Milhas de Indianápolis, mais veloz corrida do mundo. Sei que, com o passar dos anos, tudo muda, mas correr em Indianápolis sempre foi desafiador, exigindo muita coragem e experiência, além de ser uma missão complicada. Na história das 500 Milhas, vários pilotos famosos preferiram não se expor no tradicional circuito, também muto rico em acidentes.
Bia também participou das 24 Horas de Daytona, nos Estados Unidos, em uma equipe de pilotos formada por mulheres. No Brasil, disputou cinco temporadas completas da Stock Car, principal categoria do automobilismo do País.
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Crédito das imagens: Marcelo Justo/Arquivo Pessoal Bia Figueiredo/Arquivo Internet.
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