Coluna Histórias & Estórias – Por Chico Lelis:
Um desafio dirigir em Lingotto
Lingotto, uma bela pista, no “terraço” de uma fábrica de automóveis. Muita gente talvez nunca tenha ouvido falar em Lingotto, mas ela existiu, ou melhor, ainda existe, só que não mais como pista de testes, da Fiat, em Turim, na Itália, construída em 1916, inaugurada, em 1923, que funcionou até 1970.
O engenheiro, Giacome Matte-Trucco, foi o responsável pela obra, que além da pista, no sexto andar, abrigava uma fábrica da Fiat, nos cinco andares inferiores. Então os carros eram fabricados do 1º ao 5º, recebendo seus componentes a cada pavimento e, chegando ao topo, eram testados em uma pista de 494 metros de comprimento, por 85 metros de largura. Com um total de cerca de 1.2 km de área para testes. Tinha duas curvas parabólicas, muito acentuadas o que permitiria até mesmo disputas esportiva, o que nunca aconteceu lá no alto. Pelo menos ao que se tenha conhecimento. Mas também não se sabe de nenhum acidente que tenha causado a queda de um veículo lá de cima.
Prontos e testados, os modelos desciam até o térreo, onde eram embarcados em trens, que tinham um terminal ferroviário exclusivo, para distribuição por toda a Itália.
Hoje, a pista de Lingotto foi transformada em um imenso jardim suspenso, que pode ser visitado, mediante pagamento de ingresso no valor de 10 euros.
Por que falar de Lingotto?
Muito provavelmente, muitos de vocês estão se perguntando, por que falar de um lugar, que muitos conhecem e que ficou na história?
Bem, é que, modéstia à parte, eu pilotei um carro Fiat na písta de Lingotto. Foi nos anos 80, quando eu atuava em O Globo (Sucursal de São Paulo) e participei de uma viagem da marca, cuja razão não consigo lembrar.
Só lembro que “azucrinei” tanto o nosso guia, que acabou por permitir o passeio. Sim, foi apenas um passeio, cuja velocidade não passou dos 30 km/h, conforme o compromisso firmado com o ingegnere.
Mas não foi apenas a pista de Lingotto que me encantou, mas também o hotel, montado no térreo o prédio, com acomodações espetaculares e um sistema de persianas nas janelas, que se abriam e fechavam, de acordo comn a inscidência solar. Vale apena conhecer Lingotto. E, fora de lá o Museu Nacional do Cinema (Museo Nacionale del Cinema), também em Turim. Imperdível!
(Chico Lelis – chicolelis@gmail.com).