A Alpine e a polícia: o batalhão A110 de ontem e de hoje

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Posted 17 de janeiro de 2022 by bisponeto in

Para várias gerações, era normal ter uma reação do tipo: “o que eu fiz de errado?”, aover um Renault 4 ou furgão Renault Estafette azul se aproximando no retrovisor. Por várias décadas, estes modelos do Renault Group foram associados à presença da polícia nas rodovias da França. Com o desenvolvimento da malha rodoviária, nos anos 60, as necessidades em termos de veículos específicos também evoluíram.

“Para atender ocorrências a 230 km/h, é fundamental que nossos pilotos de veículos rápidos de intervenção trabalhem em uníssono com o carro”, explica Richard Filmotte, Capitão da Gendarmaria Nacional.

Um carro especial para uma missão especial

Não demorou para a polícia encontrar a solução ideal: munir-se de veículos esportivos, capazes de ultrapassar os 200 km/h. “Como a polícia faz o patrulhamento das rodovias concessionadas, a expansão da malha rodoviária fez surgir os primeiros batalhões para atendimento de ocorrências em alta velocidade”, explica o capitão de Batalhão Richard Filmotte. “Foi até criado um batalhão rodoviário com veículos rápidos, que conferiram uma imagem mais tecnológica e moderna à nossa instituição. Um exemplo é o Alpine A110 Berlineta, que utilizamos a partir de 1967”.

No imaginário coletivo e no cinema, a atuação da polícia nas estradas é associada a perseguições em alta velocidade, mas este tipo de ocorrência é raro. “Um veículo rápido para atendimento de ocorrências não tem o objetivo de cumprir todas as missões da polícia. Sua função principal é chegar rapidamente ao local de um incidente e proteger os outros usuários. Temos vários outros meios para interceptar um motorista em excesso de velocidade que não envolvem a perseguição. É importante ter um veículo bastante potente, que possa atingir rapidamente uma velocidade mais alta”, informa Richard Filmotte.

Treinamento específico

As equipes de patrulhamento também são escolhidas a dedo. “O pessoal de atendimento a ocorrências é selecionado após a realização de exames médicos e a avaliação de suas habilidades de direção em circuito”, confirma Richard Filmotte. Depois disso, os candidatos selecionados passam por um treinamento no circuito Bugatti de Le Mans. A ideia é que o treinamento faça com que o motorista deixe as restrições do veículo de lado para se dedicar 100% à sua missão. “O veículo precisa ser uma ferramenta a serviço da antecipação”, assegura o capitão Filmotte.

Depois da emblemática Berlineta, outros modelos Alpine também foram utilizados na corporação. De 1973 a 1987, foi a vez do A310. Mais tarde, a gendarmaria dispunha de modelos Alpine A610, mas estes nunca foram utilizados nas estradas. Paralelamente, outros veículos da marca Renault também foram utilizados pela polícia francesa, como o Renault 18 Turbo (1984 a 1987), o Renault 21 com motor 2 litros Turbo (1992 a 1995), o Renault Mégane IDE (2001 a 2006) e, mais recentemente, o Mégane R.S. (2011 a 2021). Os modelos são preciosamente conservados no Museu da Gendarmaria, na cidade de Melun (região de Paris), cujo diretor é o capitão Richard Filmotte.

O A110 em atuação

A partir de 2022, o Alpine A110 vai substituir modelos como o Mégane R.S. Em outubro de 2021, o Renault Group venceu uma licitação publicada quatro meses antes. O Alpine A110 levou vantagem graças à performance e condução precisa em qualquer situação, resultado de uma combinação acertada entre o chassi e a motorização de 252 cavalos. 

Estes Alpine A110 não ostentarão o emblemático azul metalizado da marca Alpine. Richard Filmotte explica porque a corporação escolheu o azul Abysse, com uma tonalidade mais profunda: “A Gendarmaria não tem mais utilizado veículos pintados com seu tom de azul específico há alguns anos. Por questões de custos, temos usado o tom de azul mais próximo sugerido pela montadora”.

Produzidos e montados na fábrica de Dieppe, os Alpine A110 seguem para o encarroçador Durisotti, na cidade de Sallaumines (região Pas-de-Calais). Além dos equipamentos originais, os 26 veículos serão personalizados com equipamentos específicos, incluindo serigrafia, adesivagem refletiva, giroflex, sirene, letreiro luminoso informativo, etc.

Daqui a alguns anos, um exemplar deste novo “A110 Gendarmaria” também vai entrar para o rol do Museu da Gendarmaria, ao lado de seus ilustres precursores. E o capitão Filmotte poderá cuidar dele, como tem feito com o A310 que ele teve a honra de dirigir, no início de sua carreira.

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