Honda lança a CBR 1000RR-R Fireblade SP 2022
Desde a Fireblade pioneira, de 1992, a já lendária superesportiva da Honda vem evoluindo sem desvirtuar suas qualidades originais, com destaque para o conceito “Total Control”, que privilegia maneabilidade e oferece performance ideal a pilotos de diferentes níveis de experiência. A Fireblade tem sido, desde sempre, o modelo favorito para preparação, que resulta em motocicletas campeãs de diversas categorias, seja em campeonatos de Endurance como em torneios nacionais e eventos desafiadores como o TT da Ilha de Man. O preço sugerido é de R$ 159.000,00 e têm como base o Distrito Federal, e não inclui despesas com frete ou seguro. A garantia é de três anos, sem limite de quilometragem.
Para manter-se no topo, a Honda fez a nova versão da Fireblade dar um salto no futuro, realizando uma atualização digna de tudo aquilo que o nome representa. O modelo foi renovado com forte participação do HRC – Honda Racing Corporation, e chega à esta versão 2022 plenamente habilitada para dar continuidade à lenda Fireblade.
As tecnologias desenvolvidas para a RC 213V-S, a única verdadeira MotoGP homologada para uso em estradas abertas ao tráfego, foram extensivamente aplicadas na nova CBR 100RR-R Fireblade SP. Tanto o motor como a parte ciclística resultam da enorme experiência da Honda em competições, como evidenciam as soluções aerodinâmicas derivadas da RC 213V de Marc Márquez. Tal empenho fez nascer uma superesportiva que é referência em termos de motor, maneabilidade e aerodinâmica, pronta para dar o melhor em termos de performance em pista.
Generalidades do modelo
O motor de quatro cilindros em linha da CBR 1000RR-R Fireblade SP foi projetado a partir do zero pelos engenheiros de desenvolvimento da Honda e do HRC. Sua criação mirou dimensões compactas e medidas de diâmetro e curso dos pistões idênticas às da RC 213V. O acionamento dos comandos de válvulas no cabeçote é misto, com corrente e engrenagens. O acionamento das válvulas por balancins, as bielas de titânio e as tecnologias de redução de atrito internas derivaram da RC 213V-S, além de injetores de óleo nos pistões, com sistema de esfera de retenção, e passagens inferiores bypass para as camisas de água dos cilindros integradas ao bloco.
No centro da parte frontal da carenagem, ponto de maior pressão aerodinâmica, há um duto tipo ram-air que contorna a coluna de direção e ruma diretamente para a caixa do filtro de ar. Os coletores do escape 4-2-1 são ovalizados e a ponteira foi desenvolvida em conjunto com a Akrapovic. O resultado é um motor de 216,2 cv de potência máxima a 14.500rpm, e torque máximo 11,5 kgf.m a 12.500 rpm.
O sistema de acelerador eletrônico Throttle by Wire foi desenvolvido para oferecer melhor sensibilidade. São três os Riding Modes: Power (P), o Engine Brake (EB), o Wheelie (W) e o Honda Selecteable Torque Control (HSTC). Os sistemas eletrônicos agora incluem também o Launch Control regulável.
O chassi tipo Diamond de alumínio é totalmente novo, e usa a parte traseira do motor como ponto de ancoragem superior do amortecedor traseiro; a balança de suspensão é mais longa, com desenho derivado da que equipa a RC 213V-S. O equilíbrio entre rigidez, distribuição de peso e a geometria da direção foram parâmetros cuidadosamente ajustados para conciliarem a maior potência do motor, incremento do nível de aderência à frente e atrás, bem como a sensibilidade que a ciclística transmite ao piloto.
A suspensão dianteira é uma unidade Öhlins NPX com bengalas de 43 mm de diâmetro. Também Öhlins é o conjunto do amortecedor traseiro. Ambas suspensões são plenamente reguláveis eletronicamente através do sistema S-EC (Semi-active Electronic Control). Quanto aos freios, à frente os discos têm maior diâmetro e trabalham com novas pinças Brembo Stylema de quatro pistões, com ABS que permite regulagem para uso em pista. O pneu traseiro tem nova medida, 200/55-ZR17.
A plataforma inercial de seis eixos (IMU) fornece uma estimativa em três dimensões da dinâmica da moto, e informações para a melhor gestão de todos os sistemas eletrônicos. A IMU também controla o novo amortecedor de direção HESD – Honda Electronic Steering Damper, de 3 níveis.
As caraterísticas aerodinâmicas da Honda RC 213V usada na MotoGP serviram de inspiração para muitas das soluções usadas na carenagem da CBR 1000RR-R SP, incluindo as aletas para o incremento do “downforce” e a melhoria da estabilidade em frenagem. Outro aperfeiçoamento derivado do modelo de competição é a posição de pilotagem, mais compacta.
O painel TFT de 5 polegadas é totalmente personalizável e oferece um controle intuitivo através de um comando colocado no punho esquerdo. O Honda Smart Key é equipamento integrado à nova Fireblade 2022, acrescentando praticidade.
Aerodinâmica e equipamentos
Juntamente com o novo motor e conjunto ciclístico, a CBR1000RR-R SP possui carenagens de design novo e agressivo. No entanto, não se trata de um mero exercício de estilo; as indicações dos pilotos de teste durante a fase de desenvolvimento permitiram criar um coeficiente de arrasto com o piloto abaixado que é referência no segmento das superesportivas. Tal aprimoramento restringiu a tendência à elevação da roda dianteira em aceleração como melhorou a estabilidade em frenagem.
A primeira parte do processo foi reduzir a altura do tanque de combustível em 45 mm (em comparação com a Fireblade anterior), diminuindo a área frontal com o piloto curvado. O para-brisas com um ângulo de 35° canaliza suavemente o fluxo de ar da carenagem superior, fazendo-o passar sobre o piloto e sobre a rabeta, o que, por si só, já representa a menor resistência possível ao arrastamento aerodinâmico. As entradas de ar à esquerda e à direita da parte superior da carenagem visam diminuir a resistência à inclinação da moto e nas mudanças de direção.
A superfície convexa de cada lado do para-lama dianteiro afasta o fluxo de ar da roda dianteira, direcionando-o suavemente para as laterais da carenagem. O ar para o arrefecimento dos radiadores de líquido e de óleo foi otimizado graças à gestão aerodinâmica da velocidade e da pressão do ar que flui no entorno do pneu dianteiro.
A carenagem inferior foi alargada até perto do pneu traseiro, modelada para canalizar o ar para baixo. Isto tem dois efeitos: com o piso seco, menos ar atinge o pneu traseiro o que diminui o arrasto; com o piso molhado, joga menos água no pneu, melhorando a aderência. Para que o ar possa fluir em torno dos pés do condutor com o mínimo de resistência, as laterais do para-lama traseiro/proteção da corrente foram cuidadosamente desenhados; o lado superior é cortado para deixar passar o ar que sobe por baixo, de ambos os lados do braço oscilante, diminuindo a elevação traseira.
O resultado de todo este refinado trabalho na aerodinâmica da Honda CBR 1000RR-R SP, em configuração de pista, é um coeficiente de arrasto de 0,270, o melhor em sua classe. Para gerar “downforce”, a pressão aerodinâmica que mantem a moto colada ao solo em velocidades de pista – e para reduzir ao máximo a área frontal – a CBR 1000RR-R SP emprega aletas que geram força descendente semelhante à da RC 213V de MotoGP de 2018. Isso se traduz em uma diminuição do levantamento da roda dianteira em aceleração e maior estabilidade nas frenagens e nas curvas.
Há três aletas dispostas em linha vertical dentro das laterais da carenagem. Esta disposição (verticalmente profunda e longitudinalmente curta) não tem efeito prejudicial na capacidade de curvar e na descida à inclinação durante a inserção em curva. A distância consistente entre as pontas das aletas traseira e as paredes internas da carenagem limita a separação do fluxo de ar, produzindo a máxima força descendente.
O ângulo das aletas equilibra as forças descendentes opostas à direita/esquerda em curva, oferecendo um comportamento mais estável. As velocidades de fluxo por cima e por baixo das aletas diferem para evitar que o ar fique “preso” nas partes laterais das carenagens, afetando a maneabilidade.
Para um controle completo e intuitivo dos sistemas da CBR 1000RR-R SP, o painel TFT a cores de 5 polegadas é maior e tem melhor resolução. Totalmente personalizável, apresenta exatamente o que o condutor pretende ver. O punho esquerdo é compacto e abriga um interruptor de quatro botões. Este conjunto tem utilização fácil e rápida; os botões superior/inferior definem os parâmetros do modo de condução e os botões esquerdo/direito alternam as informações no painel.
A CBR 1000RR-R vem equipada com sistema Smart Key, pelo qual ignição e a trava da direção funcionam sem necessidade de chave. O sistema é muito conveniente no dia-a-dia e permitiu equipar a nova Fireblade com uma mesa superior de direção de competição, liberando o espaço necessário para o sistema ram-air de admissão de ar.