Afinando sons Renault: sons da cabine – Episódio 1

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Posted 20 de junho de 2021 by bisponeto in

Faróis de direção, alerta de cinto de segurança não afivelado, bipes do sensor de estacionamento traseiro. Todos estes sons ritmam os trajetos de qualquer condutor, fazendo parte de seu dia a dia. Apesar de sua importância não ser evidente, eles são resultado de um rigoroso trabalho. William Rodriguez, Piloto de Experiência do Usuário no Design da Renault, nos explica os desafios e o processo criativo que estão por trás do desenvolvimento dos sons internos dos veículos Renault de hoje e amanhã.

Por que é preciso trabalhar os sons que escutamos dentro de um carro? E de quais sons estamos falando exatamente? Como eles são produzidos? Apesar de não serem muito comuns, estas perguntas são fundamentais para criar a experiência global vivenciada dentro de um veículo. No departamento de Design da Renault, elas são fundamentais. Primeiro para que o condutor compreenda as mensagens transmitidas pelos sons. Do ponto de vista da marca, é possível reforçar sua identidade por meio destes elementos sonoros.

“O carro é um instrumento que precisa ser afinado. Ele emite sons abstratos, que devem ser bem compreendidos. Nosso papel não é fazer música, mas transmitir mensagens com um refinamento estético, respeitando e reforçando o DNA da marca,” conta William Rodriguez, Piloto de Experiência do Usuário no Design da Renault

Sons com propósito

O trabalho em relação ao design sonoro no interior da cabine se concentra em três grandes famílias de sons. Os sons “regulamentares” cumprem uma função de orientar ou alertar, como os faróis de direção ou o alerta de cinto de segurança não afivelado. Exemplos de sons de assistência ao motorista são o sensor de estacionamento traseiro e o alerta de saída de faixa. E os sons chamados de “multimídia” respondem às ações realizadas na tela central.

É importante criar uma estratégia de design sonoro por várias razões. Primeiro, para oferecer uma experiência única para o usuário, encontrando o equilíbrio certo entre o som e outros estímulos visuais ou táteis. É claro que estes sons devem ser agradáveis para o usuário, mas precisam também transmitir as mensagens certas, para informar, confirmar, avisar e alertar. Eles são interpretados de forma instintiva, permitindo que o condutor adapte seu comportamento de forma apropriada.

Em segundo lugar, para criar um universo sonoro específico para a identidade da marca Renault. Todos os elementos sonoros que cumprem uma função na cabine ou na tela multimídia permitem reforçar a identidade da marca, da mesma forma como a assinatura luminosa dos faróis ou um slogan publicitário. O objetivo é provocar emoções, oferecendo uma experiência de condução positiva e agradável, com uma harmonia de sons.

“Dedicamos uma atenção especial à iconicidade dos sons para criar uma verdadeira carteira de identidade sonora da Renault. Em termos de direção artística, nosso objetivo era fazer com que os sons da Renault fossem alinhados com a identidade da marca, para ir além de transmitir um significado, mas também ser agradáveis, positivos e divertidos”, explica William Rodriguez.

Os sons do futuro

O departamento de experiência do usuário no Design da Renault está trabalhando atualmente em uma novíssima geração de sons internos, para os veículos de produção em série que serão lançados nos próximos anos, começando pelo Megane E-TECH Electric. Assim como em um processo clássico de design industrial, o trabalho no design sonoro é feito com base em “esboços sonoros” criados para cada som, seguindo uma direção artística global em função do tipo de mensagem a ser transmitida.

Este trabalho é feito a partir de um acervo de materiais sonoros, formado a partir da edição de ruídos gravados. Para compor e transmitir um som agradável, os sons da natureza se mostraram rapidamente como a principal fonte de inspiração. “Trabalhamos a partir de uma paleta de sons inspirados na natureza, como o som do atrito provocado ao friccionar pedaços de madeira um contra o outro, sons de percussão, grãos sendo esparramados, gotas de água caindo, etc”.

Depois disso, estes materiais sonoros são estilizados e mixados por meio de softwares de tratamento do som, sendo posteriormente testados por usuários que representam o público-alvo do veículo. Assim, os usuários nos informam se consideram um som muito “triste”, muito “seco”, “plástico” ou “melódico”.

Em função dos feedbacks dos usuários, os sons são retrabalhados. Eles são esculpidos, lapidados, recortados, para que sempre atendam a estratégia definida previamente, baseada na premissa de transmitir uma sensação agradável, respeitando as especificações. Tudo isso é feito em estreita parceria com departamentos como Produto, Engenharia e Marketing.

O novo design sonoro dos futuros veículos da Renault está sendo finalizado. O resultado poderá ser escutado a bordo dos novos modelos da gama, a partir do próximo ano.

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