Baterias de íon-lítio do LEAF têm nova função em veículos da fábrica

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Postado 24 de março de 2021 por bisponeto em

Como as fábricas de automóveis são locais de movimentação intensa, os AGVs se tornaram indispensáveis. Só na fábrica da Nissan em Oppama, no Japão, são utilizados mais de 700 AGVs. Se você der uma espiadinha nas outras plantas da montadora espalhadas pelo mundo, encontrará mais de 4 mil AGVs trabalhando pesado. É como se fosse uma orquestra de sensores e sinais, que trabalham em perfeita harmonia para evitar colisões no chão de fábrica.

A Nissan tem explorado novas formas de reutilizar as baterias do Nissan LEAF, o veículo elétrico produzido em massa que liderou a jornada de emissão zero da empresa, desde 2010. Agora, o mundo do LEAF e dos AGVs está se encontrando.

A primeira geração do LEAF era equipada com um módulo de bateria de 24 kWh. Estes módulos de íon-lítio eram fabricados por meio da combinação de 48 módulos. Cerca de oito anos atrás, os engenheiros da Nissan encontraram uma forma de aproveitar três destes módulos, que eram reacondicionados e instalados dentro de um AGV. No ano passado, eles levaram esta ideia a um novo patamar, utilizando módulos de baterias reaproveitadas em vez de usar baterias novas para alimentar os AGVs.

Trabalhando em parceria com a 4R Energy, A Nissan foi pioneira ao dar uma nova vida às baterias dos veículos elétricos para alimentar os AGVs – quando elas não têm mais potência para alimentar o motor de um carro elétrico, mas ainda estão perfeitas para alimentar um equipamento de movimentação industrial no chão de fábrica. Assim, o propósito da mobilidade elétrica se torna ainda mais sustentável.

Alimentados por baterias de íon-lítio – novas ou reutilizadas –, os AGVs são recarregados de forma mais rápida. Além disso, os operadores não precisam mais remover as baterias para conectá-las no carregador. Os AGVs simplesmente param ‘rapidinho’ no ponto de recarga localizado em sua rota e fazem uma recarga adicional a cada vez em que passam por ali. Este ciclo automatizado ajuda a economizar muito tempo.

As baterias reutilizadas do LEAF também duram mais. Aliás, muito mais. As baterias de chumbo ácido eram normalmente substituídas a cada um ou dois anos, enquanto que as baterias reutilizadas do LEAF podem durar de sete a oito anos. Menos baterias significa menor impacto no meio ambiente e mais um passo além para a Nissan se tornar carbono neutro.

“Nossos clientes também se beneficiam. Quando as baterias reutilizadas dos veículos elétricos ficam valorizadas, os preços de revenda aumentam”, explica Masashi Matsumoto, que promove o desenvolvimento dos AGVs no Centro de Desenvolvimento e Pesquisa Tecnológica de Produção na Nissan. “Com mais formas de reutilizar as baterias, todo o valor residual do LEAF está aumentando”.

Os AGVs não param de evoluir. Por enquanto, cada equipamento está limitado à rota definida pela fita magnética instalada no chão de fábrica. Assim como um trem que desliza pelos trilhos, os AGVs só podem se movimentar pela rota delimitada por essa fita. Alterar estas rotas – remover as fitas magnéticas, definir novas rotas e atualizar os programas dos computadores – consome tempo e dinheiro.

Mas talvez não por muito tempo. Assim como as baterias do LEAF permitem que os AGVs trabalhem mais, os desenvolvimentos que estão sendo feitos na área de condução autônoma poderão fazer com que os assistentes industriais autônomos (os AGVs) não precisem mais das fitas magnéticas. Em um ambiente muito mais controlado e previsível, os AGVs poderão precisar de menos tecnologia do que os carros, mas ainda poderão utilizar sensores e algoritmos para se mover de forma autônoma. A Nissan também está fazendo pesquisas em tecnologias conectadas para permitir que os AGVs mantenham contato constante com o computador que gerencia seus movimentos.

“O uso das nossas tecnologias exclusivas de condução autônoma movidas à eletricidade para melhorar os AGVs trará mais inovação às nossas fábricas”, comenta Matsumoto. “O abastecimento de componentes nas fábricas está entrando na era da eletrificação e da automação”.

Da mesma forma como os carros continuam evoluindo, as fábricas que os produzem também.

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