Roberval é campeão da Copa Truck diante de 32 mil pessoas em Curitiba
O piloto da Scania chegou à capital paranaense como vice-líder da competição com 126 pontos, dois atrás de André Marques e tratou de trabalhar para não precisar depender do resultado de ninguém para levantar a taça. André Marques, que fez uma temporada impecável, regular em todas as etapas e chegou ao Paraná na liderança, abandonou as duas corridas e deixou o caminho livre para Roberval e Giaffone disputarem diretamente pelo campeonato.
Os dois duelaram pela liderança durante toda a corrida até que, na penúltima volta, em uma manobra por fora, Roberval tomou a ponta de Giaffone e voou rumo à vitória, com seu companheiro de equipe, Leandro Totti, roubando pontos importantes de outro finalista, Wellington Cirino, que recebeu a bandeirada em quarto lugar.
Com a inversão do grid, Adalberto Jardim e Regis Boessio dividiram a primeira fila na prova complementar, que despejou outro caminhão de emoção no autódromo: na disputa pela liderança, Jardim e Beto Monteiro se tocaram e saíram da pista, quase levando Roberval (que havia escalado todo o pelotão após largar em oitavo) junto.
Escapando com muita sorte da confusão, Roberval viu Giaffone disposto a dar o troco e mais um capítulo deste duelo foi escrito. Giaffone tomou a ponta restando três voltas, porém todo o esforço do campeão de 2017 foi em vão: o segundo lugar bastava para Andrade levantar a taça – e ele só perderia se fosse ultrapassado pelo terceiro colocado, Cirino, que não conseguiu imprimir o mesmo ritmo dos protagonistas.
Dessa forma, Roberval, que compete de caminhões desde 1999, conquistou seu quarto título nacional, igualando-se a Giaffone e Cirino no ranking dos maiores campeões brasileiros da história. “Esse título resume um sofrimento de quatro anos, quando passei dificuldades financeiras e com a equipe. Quero agradecer a Scania novamente por ser essa marca maravilhosa que me apoiou por esses 19 anos”, celebrou Roberval.
Giaffone, por sua vez, se mostrou um pouco chateado, mas também feliz pelo companheiro: “Essa foi a vitória mais amarga da minha carreira, mas fico feliz por ter sido derrotado por um cara de bem como é o Roberval – por outro lado, conseguimos garantir o título para a Volkswagen/MAN e entregar um presente à nossa equipe que trabalhou muito para isso. Também gostaria de agradecer ao público que lotou as arquibancadas e mostrou que a Copa Truck está mais forte do que nunca”.
Já Cirino se emocionou ao comentar sobre a temporada: “Depois que o outro campeonato acabou eu estava decidido a parar de correr. Existem duas pessoas que merecem meu eterno agradecimento: o primeiro já se foi, Aurélio Batista Felix; o segundo foi o André Marques, que me abraçou e me trouxe para esta equipe incrível que é a AM”.
Concluídas as duas provas, Roberval terminou o ano com 164 pontos, apenas dois à frente de Giaffone. Cirino, com 152, garantiu o terceiro, com Renato Martins, André Marques e Giuliano Losacco completando a lista dos finalistas. Já na briga entre os não-finalistas, o melhor foi Beto Monteiro, à frente de Adalberto Jardim, Regis Boessio e Leandro Totti.
Confira como ficou o campeonato após a Grande Final:
1.º) Roberval Andrade, 164 pontos; 2.º) Felipe Giaffone, 162; 3.º) Wellington Cirino, 152; 4.º) Renato Martins, 135; 5.º) André Marques, 128; 6.º) Giuliano Losacco, 116; 7.º) Beto Monteiro, 27; 8.º) Adalberto Jardim, 21; 9.º) Regis Boessio, 20; 10.º) Leandro Totti, 18; 11.º) Rodrigo Belinati, 17; 12.º) Debora Rodrigues, 16; 13.º) Witold Ramasauskas, 14; 14.º) Luiz Lopes, 13; 15.º) Djalma Fogaça, 10; 16.º) Duda Bana, 8; 17.º) Fábio Fogaça, 0; 18.º) Danilo Dirani, 0; 19.º) Pedro Paulo, 0; e 20.º) Pedro Paulo, 0.
Resultado final do campeonato de marcas:
1.º) Volkswagen/MAN, 557 pontos; 2.º) Mercedes-Benz, 498; 3.º) Iveco, 357; 4.º) Scania, 273; 5.º) Volvo, 218; e 6.º) Ford, 184.
Corrida 1
1.º) Roberval Andrade (Scania), 15 voltas em 25min51s309;
2.º) Felipe Giaffone (Volkswagen), a 4s811;
3.º) Leandro Totti (Scania), a 12s438;
4.º) Wellington Cirino (Mercedes-Benz), a 12s776;
5.º) Beto Monteiro (Iveco), a 13s262;
6.º) Renato Martins (Volkswagen), a 36s068;
7.º) Regis Boessio (Volvo), a 39s700;
8.º) Adalberto Jardim (Ford), a 53s205;
9.º) Debora Rodrigues (Volkswagen), a 1min02s214;
10.º) Witold Ramasauskas (MAN), a 1min03s270;
11.º) Rodrigo Belinati (Volkswagen), a 1min03s703;
12.º) Duda Bana (Volvo), a 1min04s359;
13.º) Luiz Lopes (Iveco), a 1min32s658;
14.º) Giuliano Losacco (Iveco), a 3 voltas;
Melhor volta: Roberval Andrade, 1min41s721 (128,620 km/h).
Corrida 2
1.º) Felipe Giaffone (Volkswagen), 15 voltas em 26min16s985;
2.º) Roberval Andrade (Scania), a 1s742;
3.º) Wellington Cirino (Mercedes-Benz), a 4s282;
4.º) Beto Monteiro (Iveco), a 21s383;
5.º) Renato Martins (Volkswagen), a 22s310;
6.º) Djalma Fogaça (MAN), a 23s761;
7.º) Adalberto Jardim (Ford), a 25s160;
8.º) Rodrigo Belinati (Volkswagen), a 29s908;
9.º) Regis Boessio (Volvo), a 37s265;
10.º) Luiz Lopes (Iveco), a 1min15s932;
11.º) Debora Rodrigues (Volkswagen), a 1min38s820;
12.º) Witold Ramasauskas (MAN), a 3 voltas.
Melhor volta: Felipe Giaffone, 1min43s020 (126,526 km/h).
Fotos: Vanderley Soares/Duda Bairros/Rogenes Santana.