Nissan GT-R 2019 estará no Salão do Automóvel
O Nissan GT-R, que é produzido exclusivamente no Japão e é vendido sob encomenda no Brasil, estará exposto no salão na versão Premium desta que é a sua sexta geração, também reconhecida pelo nome código R35. Sob o capô, o venerado motor biturbo V6 3.8 com 24 válvulas do GT-R desenvolve 572 cv de potência a 6.800 rpm e 64,9 kgfm de torque atingidos entre 3.300 e 5.800 rpm. Denominado “VR38DETT”, este propulsor feito em alumínio tem cilindros revestidos com jato de plasma (em contraposição às camisas fundidas), que permite menor atrito, menor peso, maior capacidade de resfriamento, maior rendimento e consumo mais eficiente.
A lista de recursos técnicos para tornar a fera ainda mais feroz é extensa. O motor vem, por exemplo, com um sistema coletor de admissão e escape simétrico e independente, com turbo compressores duplos de alta performance; segundo sistema de gestão do ar para melhor desempenho das emissões em partida a frio e sistema de temporização da ignição que é controlado individualmente por cada cilindro. Além disso, ainda conta com sistema de resfriamento do óleo controlado termostaticamente; bomba de recuperação de óleo para manter o fluxo de lubrificação nos turbo compressores e sistema lateral de lubrificação seco e úmido do cárter.
A produção do motor recebe atenção especial e, por isso, todas as etapas da montagem seguem um processo manual, realizado por engenheiros rigorosamente treinados, que ficam dentro de uma sala exclusiva e com alto nível de limpeza. Cada motor recebe uma placa de alumínio que exibe o nome do engenheiro responsável por sua montagem completa. Estes profissionais altamente especializados são chamados de “Takumis”, artesãos em japonês. Apenas eles têm o privilégio de montar os motores do Nissan GT-R, o que deixa o processo de fabricação muito exclusivo e o carro ainda mais especial.
Inovação à serviço da performance
O motor é acoplado a uma transmissão automática com dupla embreagem de 6 velocidades com modo sequencial manual e opção de controle por alertas no volante. Já a potência do motor é transferida para as quatro rodas pelo eixo transversal traseiro independente e pelo sistema de tração batizado de ATTESA E-TS (Advanced Total Traction Engineering System for All-Terrain, ou “sistema avançado de engenharia para tração total em todo terreno”), que é novidade em escala mundial. Em condições normais de condução, o GT-R se comporta como um veículo com tração traseira, com o torque repartido em 0:100, podendo ser ajustado em 50:50 dependendo da velocidade, aceleração lateral, ângulo de esterçamento, rotação do pneu, superfície de rodagem e velocidade angular.
Além disso, um controle de monitoramento da velocidade angular do GT-R mede as variações entre a velocidade angular ideal, calculada a partir do ângulo de esterçamento e a velocidade angular real, detectada pelo sensor de velocidade angular e o sensor G, ajustando a variação do torque de forma apropriada. A plataforma “Premium Midship” do GT-R posiciona a caixa e a transmissão final na traseira do veículo, sem o uso de tubos de torque tradicionais, fazendo com que a suspensão trabalhe de forma independente, otimizando a distribuição do peso e maximizando a aderência dos pneus nas curvas.
A estabilidade e conforto do Nissan GT-R são garantidas por diferentes recursos tecnológicos e podem ser ajustadas pelo motorista por simples comandos no painel central. Exclusivo do GT-R, o sistema de amortecedores ajustáveis ao motorista, batizado de DampTronic, utiliza informações provenientes de vários sistemas do veículo para prover forças de amortecimento e um alto nível de controle para diferentes situações de condução.
Este sistema oferece três opções de configuração ao motorista: Normal, Comfort e R. A transmissão e o sistema de controle de estabilidade VDC (Advanced Vehicle Dynamic Control) seguem o mesmo princípio de funcionamento adaptável de três estágios. Devido ao aumento na rigidez estrutural da carroceria, o modo R permite que o veículo atinja a mesma velocidade angular com um ângulo de esterçamento reduzido, permitindo respostas mais ágeis da direção, enquanto que a configuração Comfort produz uma força G vertical menor – conforme verificado em testes, em comparação com a configuração “Normal” da suspensão. O esportivo ainda é equipado com controle eletrônico de tração (TCS).
A capacidade de frenagem do modelo é resultado da ação das pinças dos freios monobloco Brembo® com seis pistões na dianteira e quatro na traseira, discos flutuantes tipo full-floating Brembo® com 15,35″” na frente e 15,0″” na traseira, rotores duplos perfurados e das pastilhas de freio de alta resistência, produzidas em liga leve. As pinças contam com montagem radial, tipo de competição, para reduzir o arqueamento durante frenagens em condições extremas. Elas são auxiliadas por ABS e sistema de distribuição eletrônica de frenagem (EBD).
Um legítimo Nissan GT-R
O Nissan GT-R honra a sua linhagem unindo tradição e modernidade, que mantém o seu estilo agressivo e diferenciado. O grande destaque se encontra na frente, com o longo capô, que começa com a grade “V-motion”, assinatura de estilo atual da Nissan. O perfil curvado é pensado para melhorar o fluxo de ar em suas extremidades laterais. Já a traseira é reconhecida pelas suas icônicas lanternas duplas arredondadas.
O design do GT-R foi criado para entregar a melhor performance aerodinâmica. Mais especificamente, a eficiência aerodinâmica foi focada em três áreas principais: geração de força de sustentação negativa (downforce), redução do arrasto e maior capacidade de resfriamento dos sistemas vitais do veículo. Tudo isso, claro, sem abrir mão de sua origem, que remota aos anos 1960.
A primeira vez que o nome GT-R (Gran Turismo Racing) surgiu na linha Nissan foi para batizar a versão de alta performance do sedã Skyline, em fevereiro de 1969. Os engenheiros da Nissan decidiram colocar um motor de alta performance em um modelo da linha – um 2 litros de seis cilindros e 24 válvulas, que desenvolvia 160 cavalos de potência e entregava 18 kgfm de torque – e criaram o Skyline GT2000. Esse propulsor era muito parecido com o GR8 que equipava o R380, carro de competição produzido pela Prince, empresa adquirida pela Nissan nos anos 1960 e que produzia o Skyline.
Depois surgiu o Skyline GT-R, que ficou famoso por atingir 200 km/h de velocidade máxima, performance que colaborou para que se tornasse uma lenda, com mais de 50 vitórias em provas de automobilismo em dois anos e dez meses, feito marcante para a história das corridas no Japão. Por conta disso, dizia-se na época que o “único rival do Skyline era o Skyline”.
Após 16 anos de hiato, o nome GT-R ressurgiu em 1989 na oitava geração do Skyline (R32). Equipado com um motor de 2,6 litros de seis cilindros e 280 cavalos de potência, contava com tração integral controlada eletronicamente e conversor de torque, além de suspensão multibraços nas quatro rodas. Um dos feitos nessa fase foi não ter perdido uma única prova disputada em campeonatos japoneses.
Apesar de não carregar mais o nome Skyline, e ser um modelo totalmente novo, o atual Nissan GT-R (R35) traz forte herança de seus predecessores ao manter características como tração integral, motor biturbo e o estilo do design, incluindo até as lanternas redondas. E o propulsor (VR38) ainda tem seis cilindros, só que agora é em V.