Em 30 de agosto de 1937 nascia Bruce McLaren
O ditado “vida breve, arte longa” define perfeitamente a trajetória de Bruce McLaren. Ele começou a correr aos 15 anos em qualquer competição que aparecesse, incluindo gincanas e subidas de montanha. Ninguém se surpreendeu quando Bruce foi selecionado pelas autoridades esportivas neozelandesas para correr na Europa. Mudou-se para a Inglaterra em março de 1958 e mostrou suas credenciais no GP da Alemanha. Na época, a etapa alemã do Campeonato Mundial de Fórmula 1 incluía também carros de Fórmula 2. Bruce terminou em quinto lugar na classificação geral e venceu entre os F2. Um desempenho que lhe valeu a ascensão para a F1 em 1959, pela equipe Cooper. Na última corrida do ano, nos Estados Unidos, obteve sua primeira vitória.
Em 1960, Bruce começou a temporada com uma vitória na Argentina e foi vice-campeão mundial. Venceria mais um GP (Mônaco, em 1962) antes de investir seus esforços e dinheiro na construção de carros de corrida. O primeiro McLaren, denominado M1, competiu em 1965 em provas para carros do tipo biposto nos Estados Unidos. Essas corridas originaram no ano seguinte uma das categorias mais importantes do automobilismo mundial nas décadas de 1960 e 1970: a série Can-Am (Canadá-América). Com um regulamento praticamente livre e bons prêmios em dinheiro, a Can-Am atraiu diversos pilotos e equipes importantes, inclusive europeus. A McLaren dominou a Can-Am de 1967 a 1971, conquistando títulos com Denis Hulme, Peter Revson e, nos anos de 1967 e 1969, com o próprio Bruce.
Paralelamente, a McLaren estreou na Fórmula 1 em 1966, mesmo ano em que Bruce triunfou nas 24 Horas de Le Mans defendendo a equipe oficial da Ford. Ao vencer o GP da Bélgica de 1968, Bruce McLaren tornou-se o terceiro piloto da história da Fórmula 1 (e até hoje o último) a vencer um GP com um carro de sua própria equipe. Em 1969, a McLaren apresentou seu primeiro esportivo para as ruas: o M6 GT. Ele nasceu como carro de corrida (Grupo 4 FIA), mas mudanças nos regulamentos fizeram Bruce McLaren adaptá-lo para uso normal. Era equipado com motor V8 de 5,8 litros com 530 HP e o bom desempenho e comportamento levou o construtor a cogitar fabricá-lo em série.
Bruce McLaren morreu em 2 de junho de 1970 quando testava um McLaren M8 da categoria Can-Am no circuito de Goodwood, na Inglaterra. Deixou a esposa, Patricia, e a filha, Amanda. Seu legado foi fundamental para as conquistas da McLaren nas décadas seguintes. Na Fórmula 1, foram sete títulos mundiais de construtores e 12 de pilotos (incluindo os de Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna), com um total de 182 vitórias. A McLaren também venceu duas vezes as 500 Milhas de Indianapolis (1974 e 1976) e uma vez as 24 Horas de Le Mans (1995, com o modelo F1 GTR, segundo carro esporte de rua da marca). A partir de 2010, a McLaren ingressou de vez no rol dos fabricantes de carros esporte de alto desempenho, luxo e qualidade.
Um documentário sobre Bruce McLaren (“McLaren-O homem por trás do volante”) foi lançado em 2017 pela Universal Studios. No Brasil, a obra está disponível em DVD, com áudio original e legendas em português.