LÍDERES DO SEMESTRE
Apesar de o consumidor tradicional do varejo, que sustenta o mercado saudável, continuar retraído, o tombaço da inflação abriu espaço para algumas reduções de preços nominais. Os preços reais (descontada a inflação) já estavam estáveis ou em queda.
Outros fenômenos do primeiro semestre: modelos há mais tempo em produção com motores de baixa eficiência energética estão definhando; stations, crossovers puros e esportivos apresentaram encolhimento de até mais de 50% (curiosamente, carros esporte de verdade aumentaram as vendas em 42% puxados pela Porsche); SUVs médio-compactos deram um salto graças ao sucesso do Compass que inibiu até o desempenho do Renegade (conforme a Coluna previu).
Assumiram liderança no nosso ranking Fusion, Mercedes-Benz SLC, Porsche 911 e Compass em relação a dezembro de 2016. Jaguar aparece duas vezes com o sedã XF e o SUV F-Pace. Creta também é outro destaque.
Classificação da Coluna soma hatches e sedãs da mesma família, independentemente do nome do modelo. Sedãs com entre-eixos de significativa diferença classificam-se à parte (Grand Siena, Logan, Etios e outros). Base é o Registro Nacional de Veículos Automotores. Citados apenas os modelos mais representativos e pela importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.
Compacto: Onix/Prisma, 21%; HB20 hatch/sedã, 12%; Ka hatch/sedã, 10,4%; Gol/Voyage, 9,9%; Sandero, 7%; Mobi, 4,6%; Fox, 3,8%; Etios hatch, 3,75%; Uno, 3,7%; up!, 3,3%; Etios sedã, 2,7%; Palio, 2,5%; Grand Siena, 2,4%; Cobalt, 2,1%; Logan, 2%; Versa, 1,6%; Fiesta hatch/sedã, 1,54%; March, 1,5%; City, 1,4%. Dupla líder continua a crescer.
Médio-compacto: Corolla, 38%; Civic, 19%; Cruze hatch/sedã, 15%; Golf/Jetta, 7%; Focus hatch/sedã, 6%; Sentra, 2,8%; C4, 2,5%. Corolla imbatível.
Médio-grande: Fusion, 30%; Mercedes Classe C, 28%; BMW Séries 3/4, 25%. Fusion retoma liderança.
Grande: Mercedes Classe E/CLS, 45%; BMW Série 5/6, 27%; Jaguar XF, 10%. Mercedes segue sossegado.
Topo: Mercedes Classe S, 42%; BMW Série 7, 28%; Chrysler 300 C, 12%. Líder tradicional.
Esportivo: Mercedes SLC, 30%; Subaru WRX, 29%; Audi TT, 20%. Briga acirrada.
Esporte: 911, 43%; 718 Boxster/Cayman, 27%; BMW Z4, 14%. Domínio Porsche.
Station: Weekend, 71%; Golf Variant, 13%; SpaceFox, 9%. Resultado imutável.
SUV compacto: HR-V, 20%; Renegade, 15,6%; Creta, 15,2%. Honda aguentou o tranco.
SUV médio-compacto: Compass, 53%; ix35/Tucson, 16%; Audi Q3, 5%. Compass arrasou.
SUV médio-grande: SW4, 63%; XC60, 11%; Pajero Full/Dakar, 9%. Toyota mais que tranquilo.
SUV grande: Trailblazer, 35%; Mercedes GLC, 9,6%; Jaguar F-Pace, 10%. Avanço do líder.
Monovolume pequeno: Fit/WR-V, 54%; Spin, 32%; C3 Aircross, 12%. Ficou fácil.
Crossover: ASX, 53%; Range Rover Evoque, 36%; Freemont/Journey, 9%. Sem mudanças.
Picape pequena: Strada, 43%; Saveiro, 36%; Montana, 11%. Strada: menos fôlego.
Picape média: Toro, 34%; Hilux, 22%; S10, 20%. Liderança se consolida.
RODA VIVA
ANFAVEA revisou para cima as previsões para 2017. Em relação ao ano passado, a entidade agora espera crescimento das exportações de 35,6% e da produção, 21,5%. Números realmente estimulantes para aliviar capacidade ociosa na indústria. Quanto ao mercado interno vai esperar mais um mês para sentir a temperatura política em Brasília: manteve mais 4% sobre 2016.
NISSAN iniciou produção do Kicks nacional não apenas com uma versão de entrada e câmbio manual por competitivos R$ 70.500. O SUV compacto já havia surpreendido ao oferecer pacote tecnológico bem acima dos concorrentes locais. Agora se superou com alerta de colisão e assistente inteligente de frenagem. Desempenho é bom, apesar da potência limitada: compensa pelo baixo peso. Câmbio CVT, porém, mostra limitações.
PRODUZIR oito milhões de unidades de um único modelo é marco de respeito em qualquer mercado. No Brasil o Gol conseguiu esse feito desde 1980, quando foi lançado ainda com motor arrefecido a ar. Depois liderou vendas no País por 27 anos consecutivos, feito inédito. Hoje voltou ao posto de automóvel de entrada da Volkswagen, posicionado pouco abaixo do preço do subcompacto up!.
PETROLÍFERA estatal da Argentina, a YPF, está de olho grande no mercado brasileiro de óleos lubrificantes. Chegou a ter 3,5%, baixou para 2% e pretende voltar a crescer. Segunda a empresa, duas décadas atrás os lubrificantes tinham cerca de 5% em volume de aditivos. Hoje chegam a 25% na linha de topo, os sintéticos. A formulação é segredo de estado para essas companhias.
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