Inteligência artificial foi o tema da Audi no Congresso da ONU
No primeiro “AI for Good Global Summit”, em Genebra, o presidente do Conselho de Administração da AUDI AG disse para especialistas da ONU: “Precisamos de um discurso na sociedade que analise o enorme potencial de condução autônoma em relação às questões éticas e legais”. A IA é considerada por especialistas da ciência e da indústria como uma tecnologia-chave para a condução autônoma, uma vez que permite que o carro perceba e interprete o ambiente e tome decisões a partir disso. Mas quem é responsável em caso de acidentes e como o automóvel deve dirigir de forma autônoma diante de uma situação inevitável de perigo? “Levamos a sério as preocupações da sociedade e os desafios associados a isso”, ressaltou Stadler.
Nos últimos dois anos, a Audi construiu a rede interdisciplinar beyond, formada por especialistas em inteligência artificial reconhecidos internacionalmente nos campos de ciência e negócios. A iniciativa foca nos efeitos sociais da IA aplicada ao automóvel e ao mundo do trabalho. Filósofos, psicólogos, juristas, cientistas da computação e empreendedores de start-ups participaram dos primeiros eventos. Em um workshop sobre as questões éticas e legais da condução autônoma, especialistas da Audi se encontraram com Iyad Rahwan e Kate Darling, do MIT Media Lab, Luciano Floridi, da Universidade de Oxford, e Bryant Walker Smith, da Universidade da Carolina do Sul, entre outros participantes. Agora, com a apresentação da iniciativa beyond no “AI for Good Global Summit”, a mesma passa a incluir o público na discussão. “A indústria automobilística não pode responder sozinha às questões éticas e legais da condução autônoma”, disse Stadler. “A ciência, as empresas, os políticos e a sociedade devem trabalhar juntos.” Como próximo passo, a iniciativa envolverá mais agentes na cooperação com as pesquisas.
O segundo ponto em que a iniciativa beyond está focado é no futuro do trabalho na era da IA. “Precisamos de uma compreensão mais diferenciada de como a inteligência artificial está mudando nosso mundo de trabalho”, destacou Stadler. Isso se relaciona com os mecanismos básicos do mercado de trabalho e também com projetos nas empresas. “Nosso objetivo é uma colaboração perfeita entre humanos e máquinas”, enfatizou. A ideia de montagem modular sem uma linha de produção é um exemplo de como poderia se dar essa interação em uma fábrica inteligente.
“Fundamentalmente, temos de garantir que a inteligência artificial seja usada em benefício da sociedade”, disse o executivo. “Como ela muda as nossas vidas é algo que depende de todos nós e também da maneira como usamos o potencial das novas tecnologias.”
Os organizadores do Congresso da ONU em Genebra são a União Internacional das Telecomunicações (ITU), a agência das Nações Unidas responsável pelas tecnologias da informação e comunicação e a Fundação XPRIZE, criada por Peter Diamandis. Nos três dias de evento, especialistas internacionais se reúnem para discutir o potencial da inteligência artificial na resolução dos desafios globais.