Lucas Di Grassi vence de maneira espetacular e histórica no México

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Postado 2 de abril de 2017 por bisponeto em
Lucas Di Grassi mostrou uma atuação de gala neste sábado (1.º/4) na disputa da quarta etapa da Fórmula E, na Cidade do México. Na corrida mais emocionante da temporada até então, o piloto da Audi Schaeffler Audi Sport venceu de maneira espetacular – sua quinta vitória na categoria -, quando todos os prognósticos apontavam para um dia decepcionante.

Um triunfo importantíssimo em vários sentidos: primeiro, para provar que o erro de cálculo que lhe tirou a vitória conquistada no mesmo circuito no ano anterior não lhe trouxe vantagem técnica; segundo, por diminuir a distância que o separa da liderança do campeonato de 29 para apenas cinco pontos; e terceiro, por ter acontecido justamente no fim de semana em que o time recebeu o diretor da Audi Sport, Dr. Wolfgang Ullrich.

A incrível maneira como o triunfo do brasileiro se desenhou parece até coisa do dia 1º de abril. O treino de classificação não saiu como o desejado, e Lucas largou apenas na 15ª posição. Ainda na primeira volta, levou uma batida na traseira e teve de ir aos boxes, no quinto giro, para trocar o conjunto da asa traseira.

O piloto da Audi Schaeffler Audi Sport voltou na última posição. Ele conseguiu se juntar ao grupo quando o safety car foi acionado para que fosse retirado o carro de Oliver Turvey, então líder da prova, que parou com problemas elétricos. Era a 17ª de 45 voltas. Di Grassi, então, ainda sustentando 35% de energia do primeiro carro, resolveu arriscar tudo: foi aos boxes fazer sua parada obrigatória de troca de bólido. Retornou de novo em último, e na volta seguinte a disputa voltou ao normal com bandeira verde. O trabalho de Lucas era andar forte enquanto não se juntava ao pelotão e economizar ao máximo depois que todos os outros pilotos fizessem suas paradas.

A sorte, aí, começou a sorrir para o brasileiro. E na 22ª volta, praticamente a metade da corrida, Di Grassi assumiu a liderança do e-Prix quando todos os outros pilotos foram aos boxes. A exceção – para a sorte do piloto da Audi Sport – foi que o belga Jerôme D’Ambrosio optou por estratégia semelhante e aparecia em segundo. Os dois sustentavam entre 25% e 30% a menos de energia do que o restante dos pilotos. O argentino José Maria López, da DS Virgin, se aproximou bastante depois de outra intervenção do safety car – para a retirada do carro de Loïc Duval, parado na pista -, o que possibilitou a Lucas economizar mais energia.

Assim, o brasileiro deixou o problema para D’Ambrosio tentar segurar López, que vinha com muito mais carga. Isso possibilitou ao brasileiro abrir uma margem não confortável, mas de certa forma segura, para pilotar de maneira eficiente e economizando o máximo possível de energia. D’Ambrosio bem que tentou: segurou López, que acabou rodando na pista, mas depois acabou superado por Jean-Eric Vergne e por Sam Bird. Na última volta, cruzou a linha de chegada apenas na 11ª posição, praticamente já sem energia.

Já Lucas conseguiu o que parecia impossível: venceu a corrida, interrompeu a sequência de Sébastien Buemi – que terminou sem pontos em 14º -, e fez sua desvantagem para o rival no campeonato cair de 29 para apenas cinco pontos. Vergne e Bird completaram o pódio em segundo e terceiro, respectivamente. Uma vitória com todos os ingredientes para “lavar a alma”, como o próprio piloto define, depois da alegria de vencer na Cidade do México do ano passado e de ter sido desclassificado por um dos carros estar 1,8 quilo abaixo do peso mínimo permitido.

Nova festa no topo do pódio, 25 pontos no bolso e muita comemoração com champanhe frente à multidão que compareceu ao Autódromo Hermanos Rodríguez para prestigiar a categoria dos carros elétricos com a vitória de um latino-americano, gritando “Lucas, Lucas, olê, olê, olê, olê…”. Um sábado resumindo que, na Fórmula E, o impossível não existe.

Lucas Di Grassi:
“Para ser honesto, não sei se foi sorte, se foi Deus… Depois do que aconteceu no ano passado (com a vitória e a desclassificação), eu tive um pouco de sorte agora. Os mecânicos fizeram um trabalho fantástico e juntos conseguimos fazer uma imensa economia de energia durante a segunda parte da corrida para chegar até o final”.

“Depois do pit stop eu comecei a achar que poderíamos vencer por causa da distância que eu tinha na frente. Mas depois do segundo safety car todo mundo chegou e eu tinha muito menos energia. Tive de dar o meu melhor; tive que usar o sistema de recuperação de energia ao máximo, fazer a mais eficiente linha de pilotagem e levar o carro para casa”.

“Isso mostra como na Fórmula E você pode ir do céu ao inferno e vice-versa. Tive um classificatório ruim com a 18ª posição, acabei largando em 15º por conta de punições a outros pilotos; tive de fazer uma parada para trocar a asa traseira, e ainda consegui vencer. Eu não poderia estar mais feliz”. Lucas Di Grassi é patrocinado por Qualcomm, Aethra, KNM, BlueFox e Mumm.

O próximo e-Prix da temporada é o de Mônaco, que acontece no dia 13 de maio.

Resultado do e-Prix da Cidade do México:

1.º) Lucas Di Grassi (ABT Schaeffler Audi Sport), 45 voltas;
2.º) Jean-Eric Vergne (Techeetah), a 1s966;
3.º) Sam Bird (DS Virgin Racing), a 5s480;
4.º) Mitch Evans (Panasonic Jaguar Racing), a 9s770;
5.º) Nicolas Prost (Renault e.Dams), a 9s956;
6.º) José Maria López (DS Virgin Racing), a 10s631;
7.º) Daniel Abt (ABT Schaeffler Audi Sport), a 11s694;
8.º) Adam Carroll (Panasonic Jaguar Racing), a 13s722;
9.º) Nelson Piquet Jr (NextEV), a 14s156;
10.º) Estéban Gutierrez (Techeetah), a 15s717.

Classificação da Fórmula E após 4 etapas):

1.º) Sébastien Buemi – 76 pontos;
2.º) Lucas Di Grassi – 71;
3.º) Nicolas Prost – 46;
4.º) Jean-Eric Vergne – 40;
5.º) Sam Bird – 33;
6.º) Felix Rosenqvist – 20;
7.º) Daniel Abt – 20;
8.º) Nick Heidfeld – 17;
9.º) Nelson Piquet Jr – 15;
10.º) Oliver Turvey – 15.

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