Montadoras dão férias coletivas
Foram emplacados 830.474 veículos de janeiro a março do ano passado no Brasil. No primeiro trimestre deste ano foram 812.754, um recuo de 2%. As exportações caíram bem mais: quase 32,7% em um ano. De cada 10 carros exportados, 8 vão para a Argentina. Mas o Brasil está sem acordo comercial com o país vizinho: ele só deve voltar a vigorar no mês que vem.
Conseqüência: as montadoras reduziram a produção. Por isso, a indústria decidiu dar licenças remuneradas, férias coletivas e oferecer planos de demissão voluntária, o chamado PDV. A quantidade de vagas nas fábricas depende das vendas nas concessionárias. E elas andam vazias. O dólar valorizado e reajustes do preço do aço encareceram as peças. Além disso, as montadoras estão obrigadas desde o início do ano a instalar “airbag” e freios ABS nos carros novos, e isso tem um custo.
“Os anúncios que estão sendo feitos são de mecanismos que busquem manter o emprego”, informa o presidente da Anfavea, Luiz Moan. “Programas de demissões voluntárias é importante resssaltar que são especialmente dirigidos para os aposentados ou funcionários em fase de pré-aposentadoria.”
A geração de emprego é a mais fraca dos últimos dez anos. A confiança dos consumidores está abaixo da média histórica, o crédito está sendo retomado de maneira muito devagar. Todo esse conjunto de fatores faz com que os compradores olhem para o orçamento, olhem para o preço dos veículos, olhem para tudo o que tem que consumir com esse orçamento, e dizem, não. Agora eu não vou consumir. Eu vou esperar um pouco para comprar um carro. Só mais para frente afirmam.