Estepe menor gera polêmica
A prática do uso do pneu estepe menor foi adotada há alguns anos. Entretanto, desde meados do ano passado, está em trâmite na Câmara dos Deputados o projeto de lei PL 3214/2012 de autoria do Deputado Vieira da Cunha (PDT/RS) que regulamenta a obrigatoriedade de o estepe ser exatamente igual aos outros quatro pneus do veículo. Mas a lei é contestada pelas montadoras e por analistas do setor. E apesar das inúmeras reclamações dos usuários, as montadoras afirmam em sua defesa que em todos os manuais dos veículos há especificações sobre o uso do pneu menor. E a velocidade reduzida é um dos pontos principais mencionado na maioria dos manuais.
De acordo com os manuais, o motorista que estiver com o estepe no lugar de um dos pneus originais, não deve, em hipótese alguma, por questão de segurança, ultrapassar os 80 km/h. Como nossas estradas não são e pavimentações nacionais (há exceções), não são de alta qualidade e, deixar o veículo rodar, mesmo que em emergências, somente com o estepe, alteraria demais sua estabilidade. Manter o pneu menor, contudo, colabora com ações mais sustentáveis. Afinal, o peso do pneu um pouco menor auxilia a gastar menos combustível e, conseqüentemente, a poluir menos. Será? Tem quem não acredite.
Outra justificativa é a de que o estepe deve ser usado somente para pequenos percursos. A idéia é que o motorista consiga chegar a alguma borracharia (o que está difícil de encontrar, principalmente em estradas ou rodovias) ou loja especializada para consertar, adquirir um pneu novo ou mesmo que consiga esperar, com o carro parado na garagem, a chegada de um pneu novo comprado pela internet. Além disso, as montadoras também estão amparadas pelo fato de que o estepe é um peso morto e quase nunca é usado. A medida seria corretíssima se o pavimento brasileiro fosse de qualidade, como acontece nos países europeus e nos EUA. Por lá, o pneu raramente fura ou sofre danos por defeitos na pista de rolagem.
Mas esses argumentos descritos nos manuais que acompanham os carros, que acabam por transferir a “culpa”, em caso de acidente, em parte ao próprio consumidor. É preciso ficar atento e aguardar as mudanças nas leis. É preciso, portanto, ficar atento e aguardar as mudanças nas leis. Em razão do impasse, só resta ao consumidor manter o estepe do carro (pequeno ou não), em ordem para evitar surpresas desagradáveis.