Venda de carros importados continua em queda
Mesmo assim, a Abeiva (entidade que reúne as marcas importadoras) tenta traçar um panorama otimista para o ano. Flavio Padovan, presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores, chegou a ressaltar que a participação proporcional mensal das empresas vinculadas cresceu no período, bem como a média de vendas diárias. “Se analisarmos somente o comportamento dos dados de emplacamentos de veículos importados, a partir de dezembro último, podemos notar que a participação das associadas à entidade aumentou, de 12,8% para 13,5% e, em fevereiro, para 15,8%.
De outra parte, os importados das montadoras perderam participação, de 86,7% em dezembro para 85,9% em janeiro e, em fevereiro, para 83,5%. Tudo indica que houve esgotamento das cotas do México”, afirmou em comunicado Padovan, que também é presidente da Jaguar Land Rover do Brasil. Das marcas da Abeiva, o chinês JAC J3 foi o importado mais vendido em fevereiro. No segmento “Premium”, a liderança é da alemã BMW com o sedã Série 3.
Para o executivo, o fato da participação de carros importados pelas marcas da Abeiva ter crescido também na análise isolado dos números de fevereiro — dos 2,9% registrados em janeiro para 3,23% — pode ser atribuído ao esgotamento temporário das cotas de importação de carros vindos do México — unidades que desembarcam por conta das fabricantes instaladas no País. A estratégia parece ser de manter a cabeça erguida para não espantar ainda mais os clientes — marca em crise, ainda que provocada por forças externas, afasta o comprador.
E também não contrariar o governo, com quem a relação parece começar a se acertar, após as complicações em 2012 — depois do super-IPI, que sobretaxa os importados em 30 pontos percentuais, 2013 é o ano de novas cotas sem a cobrança extra, desde que a marca se adeque ao novo regime automotivo (Inovar-Auto), regras que valem para importadores puros e fabricantes locais que desejam ampliar a quantidade de carros trazidos de fora.
Para o presidente da Abeiva, fica agora a expectativa por resultados melhores a partir dos números deste mês de março e a necessidade de ampliar a participação. “Para que os negócios se tornem viáveis aos concessionários, precisamos aumentar a nossa participação no mercado brasileiro. Precisamos retornar ao “market share” de no mínimo 5%”, concluiu Padovan.