Novo Captur será brasileiro?
Por enquanto, essa é a única possibilidade de “fazer” um Renault brasileiro, uma vez que os carros feitos pela montadora em São José dos Pinhais, no Paraná são todos projetos da subsidiária romena Dacia, vendidos na América do Sul com o losango da marca na grade frontal. Mas existem rumores que o Captur poderia ser produzido na planta de São José dos Pinhais, que recentemente passou por obras de ampliação e modernização e foi preparada para produzir modelos de outras plataformas além de Duster, Sandero e Logan.
Mas no Salão de Genebra deste ano (realizado de 7 a 17 de março), onde o Captur foi apresentado pela primeira vez ao público, Carlos Ghosn, CEO da Aliança Renault Nissan, deixou no ar a possibilidade de o carro ser produzido também no Brasil: “Primeiro ele (o Captur) precisa ser lançado nos mercados europeus, mas é preciso ter em mente que é um modelo mundial”, destacou o executivo.
Existe a opção de se importar o Captur para o mercado brasileiro, mas com a sobretaxação sobre importados o carro chegaria por aqui com preço nada competitivo diante de concorrentes que são ou serão feitos no Brasil, como o Ford EcoSport e Peugeot 2008, com os quais ele também vai “brigar” na Europa. Há ainda um conflito adicional: o Captur iria competir aqui com outro Renault no mesmo segmento de mercado: o Duster. Portanto, fazer o novo “crossover” compacto no Brasil iria mudar a estratégia sobre a qual a Renault vem construindo seu crescimento no País.
O Captur é fabricado sobre a plataforma da quarta geração do Clio, lançado no fim de 2012 na Europa, com avanços tecnológicos que a fabricante descarta oferecer aos brasileiros porque elevaria os preços a níveis além do poder de compra local, na visão da montadora francesa. Por isso a Renault escolheu para o Brasil os modelos mais simples e baratos da Dacia.