Hyundai HB20X: primeiras impressões
Em relação à posição de dirigir, nada se difere do HB20 normal. A ergonomia é bem confortável. A visibilidade boa e os instrumentos de fácil visualização. O HB20X mantém o alto padrão de qualidade de acabamento visto no HB20. Mas o espaço para as pernas dos passageiros que viajarem no banco traseiro é pequeno. Ainda mais se o motorista for alto.
No HB20X manual, a embreagem e os engates são suaves, permitindo gerenciar o desempenho do motor 1.6, mais do que suficiente para o carro, sem cansar o motorista. O motor desenvolve de forma muito satisfatória a aceleração do carro nas retas. A velocidade de cruzeiro de 110 km/h é mantida tranquilamente. No carro com câmbio automático foi diferente, pois sentimos que as quatro marchas não são ideais para que o motor e transmissão “conversem” de maneira inteligente o tempo todo. Retomadas para ultrapassagens, por exemplo, tendem a ser um pouco lentas, mas sem comprometer a segurança.
Talvez esse motor possa ser melhor para quem vai dirigir o HB20X na cidade. Nas curvas, em compensação, o carro se mantém estável devido à suspensão mais firme, que de certa maneira compensa a elevação do centro de gravidade. No asfalto, nota-se que a suspensão absorve bem os buracos e imperfeições do piso. No trecho de terra, a nova calibragem da suspensão evitou batidas secas de suspensão. Por isso, foi possível vencer o leve trecho de “off-road” sem nenhum problema ou susto. Os pneus garantiram boa estabilidade no cascalho seco, porém não credenciam o carro a encarar trajetos mais radicais. De maneira geral, o carro é estável, apesar de “chacoalhar” quando passa por lombadas e pequenas valetas.
O consumo de gasolina, principalmente em estrada, foi quase o mesmo com os câmbios manual e automático: 11,6 km/litro, próximo do anunciado pela Hyundai. No fim das contas, o HB20X chega para atender um nicho de público bem brasileiro, interessado em adquirir um carro com visual mais valente, pagando mais por poucas alterações mecânicas.
Como não é um autêntico “off-road” deverá ser utilizado a maior parte do tempo no asfalto por seus donos. E usado numa leve escapada para o sítio da família ou chácara de amigos. De acordo com o gerente de produto da Hyundai do Brasil, Rodolfo Stopa, o segmento de modelos com estética “aventureira” cresceu 9% em 2012 sobre 2011, para 91 mil carros.
A idéia da montadora sul-coreana é vender 10 mil unidades do HB20X anualmente. A garantia do HB20X é total de cinco anos, com as duas primeiras revisões (10 mil e 20 mil km, ou um e dois anos), com preço tabelado e mão-de-obra gratuita. Caberá ao consumidor mais uma vez decidir se vale a penas investir nesse “aventureiro” da Hyundai, que por sinal custa caro demais para o tamanho que tem. Mais gosto não se discute.