Dilma prorroga IPI menor para carros
“Queria fazer um anúncio para vocês antes de encerrar: eu hoje vim aqui também anunciar que nós vamos prorrogar a redução do IPI até 31 de dezembro de 2012”, disse. Esta é a segunda vez que o governo prorroga a redução do benefício neste ano, que foi anunciada inicialmente em maio..
O corte do IPI depende da potência do motor e do local em que ele é produzido (se nacional ou importado). Para carros novos com motor de mil cilindradas (1.0) e fabricados no Brasil, que são os mais vendidos, a alíquota normal do imposto foi de 7% para 0%. E para os importados com o mesmo tipo de motor, a alíquota foi de 37% para 30%.
Desde o início da redução do IPI para o setor, houve aumento significativo na venda de carros novos e redução dos estoques das montadoras. Em agosto, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulgou que as vendas de veículos tiveram o melhor mês da história da indústria automobilística. A marca recorde é de 420.101 unidades e representa aumento de 15,3% sobre julho e de 28,3% em relação a agosto do ano passado, com 327.360.
Mas Uum mês após o recorde, contudo, as vendas caíram 31,5% em setembro sobre agosto. O recuo aconteceu justamente porque, no mês anterior, houve uma “corrida” às concessionárias porque o prazo para o desconto no IPI terminaria no dia 31 daquele mês. Em entrevista em Brasília, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a prorrogação visa assegurar que não haja aumento no preço dos carros no fim do ano e também estimular os investimentos dos fabricantes de automóveis. O ministro disse também que essa, provavelmente, será a última prorrogação do IPI baixo para automóveis.
Isto porque, a partir de janeiro do ano que vem, de acordo com anúncio do próprio governo federal, começa a vigorar o novo regime automotivo – que pressupõe o retorno do IPI aos patamares antigos. Para ter IPI menor, com o novo regime, as empresas terão de realizar investimentos em tecnologia, inovação e em eficiência energética (carros que consumam menos combustíveis).
Em seu discurso no Salão, a presidente Dilma Rousseff” disse: “Nós sabemos que as metas que colocamos para o novo regime automotivo são factíveis e realistas. Eu afirmo isso com base em um número que eu acho relevante: 19 fabricantes haviam aderido ao regime antes mesmo de sua completa implementação, em especial aquelas empresas que têm mais de 30 anos no Brasil. E também são muito bem-vindas esse novo ciclo de empresas que estão entrando”.
Na oportunidade, a presidente Dilma elogiou a disposição da indústria automobilística para adequar-se às metas do novo regime automotivo. E acrescentou: “Eu não acho que o Brasil pode abrir mão de produzir aqui o que pode produzir aqui. Senti grande força por parte dos empreendedores no sentido de procurar não só contemplar o mercado brasileiro, mas criar produtos que eu acredito que progressivamente serão produtos atrativos para o mercado internacional”. Para Cledorvino Belini, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), “o novo regime coloca a indústria brasileira em novo ciclo tecnológico”.
