Fluence Z.E: elegante e silencioso
Primeiras impressões
Se o sedã que avaliamos não tivesse gigantesco adesivo colado nas laterais “100% Electric” e a carroceria pintada na peculiar tonalidade azul (chamada de Azul Energia), dificilmente outros motoristas perceberiam que o Fluence em questão é diferente do modelo que estamos acostumados a ver por aqui. Mas como ele estava trajado para se “mostrar”, ao longo de nosso trajeto pelo Parque Barigui, notamos inúmeras dezenas de torcidas de pescoço. E teve até quem perguntasse: “Esse carro é elétrico mesmo?”
Em nosso primeiro contato com o Fluence Z.E, o visual externo não surpreendeu, pois ele é praticamente igual ao modelo movido a combustão. As exceções ficam por conta de 13 cm a mais na parte traseira (total de 4,75 m de comprimento) e um porta-malas com espaço reduzido para 317 litros (na versão regular são 530 l), onde ficam acomodadas as baterias. No mais, há duas tampas que se abrem nos pára-lamas dianteiros por onde são feitas as recargas, difusor preto no pára-choque traseiro que diminui a resistência aerodinâmica, assim como as rodas com novo desenho.
Por dentro, numa primeira olhada, pode se achar que o Fluence nada mudou. Mas há uma diferença: o painel de instrumentos. Mesmo que ele tenha o mesmo visual da instrumentação do modelo à combustão, ou seja, é composto de três círculos, e as informações mostradas são diferentes. O primeiro marcador mostra o nível de carga da bateria. O segundo é o velocímetro e o último é o computador de bordo, que marca o consumo instantâneo e médio, além da autonomia. Até o câmbio possui um visual semelhante ao modelo que circula por nossa Curitiba.
Seu motor elétrico, tem força equivalente a 95 cavalos de potência (70 kW), entregues aos 3.000 giros. O torque máximo de 23 kgfm é obtido instantaneamente. Durante nossa avaliação, o sedã mostrou ter vigor na hora de arrancar e fazer ultrapassagens. Para quem ainda tem a (falsa) idéia de que carros “verdes” podem ficar devendo em termos de desempenho, é hora de mudar seus conceitos. Porém, o ponto fraco dos modelos movidos à energia continua sendo a autonomia. Se levarmos em consideração que eles são voltados para uso estritamente urbano, é aceitável. A Renault informa que o Fluence Z.E está apto para rodar até 180 km. A velocidade máxima é de 135 km/l (no velocímetro são 150 km).
Conseguimos durante nossa avaliação, fazer o ponteiro alcançar os 80 km/h. De acordo com a Renault, para chegar aos 100 km/h ele leva 13 segundos. Mas de todas as características do sedã francês, duas chamam a atenção. Primeira: o motor não faz barulho e não há conta giros. E segunda: para saber se o carro está ligado é preciso verificar se uma luz verde com a palavra “GO”, no painel está ligada. E depois é só “curtir” e se acostumar com o confortante silêncio a bordo. É uma experiência interessante que de início requer muita atenção do motorista. (BN).
Ficha técnica – Renault Fluence Z.E.
Motor: Elétrico, dianteiro, transversal, síncrono com rotor bobinado. Acelerador eletrônico;
Transmissão: Câmbio automático de uma marcha à frente e uma a ré;
Tração: Dianteira;
Potência máxima: 95 cv;
Aceleração 0-100 km/h: 13 segundos;
Velocidade máxima: 135 km/h;
Torque máximo: 23 kgfm;
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson, com rodas independentes, braços triangulares transversais e barra estabilizadora. Traseira independente do tipo Multilink e amortecedores hidráulicos;
Pneus: 195/60 R16;
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS de série.
carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,75 m de comprimento, 1,81 m de largura, 1,47 m de altura e 2,70 m de entre-eixos. Airbags frontais, laterais e de cortina de série;
Peso: 1.605 kg;
Capacidade do porta-malas: 315 litros;
Itens de série: Ar-condicionado automático, direção elétrica, airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS com EBD, apoios de cabeça traseiros, vidros, travas e retrovisores elétricos, sensores crepuscular e de chuva, retrovisor interno eletrocrômico, rádio CD, rodas de liga leve, faróis e lanterna de neblina;
Produção: Bursa, Turquia;
Lançamento mundial: 2011;
Preço: 20.900 euros (cerca de R$ 54 mil).